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Não sou nada,
somente sou um ritmo, um verbo atávico...
Não sou ninguém,
eu perfuro a visão
com a pele das linhas interiores.
Nunca habito na luz,
para que o sonho venha e não me invada.
Não sou tudo,
mas existo no todo, diluída.
Não sou alguém
meu corpo está vazio nalgum espaço.
Nunca habito na sombra,
para que esses espectros não me encontrem.
Sou tudo,
diluída no espelho do relâmpago.
Sou alguém
ao menos isso dizem meus papéis.
Sempre habito na luz,
apesar de que às vezes, me esqueço na cegueira.
Sou nada,
participo nos mundos de teatro.
Sou ninguém,
como esses animais enigmáticos.
Sempre habito na sombra,
mais além dos limites do visível.
Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Tania Alegria
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DISUELTA EN LOS ESPEJOS
No soy nada,
tan sólo soy un ritmo, un verbo atávico...
No soy nadie,
perforo la visión
con la piel de mis líneas interiores.
Nunca habito en la luz,
para que el sueño venga y no me invada.
No soy todo,
pero existo en el todo, diluida.
No soy alguien,
mi cuerpo está vacío en el espacio.
Nunca habito en la sombra,
para que los espectros no me encuentren.
Soy todo,
disuelta en los espejos del relámpago.
Soy alguien,
al menos eso dicen mis papeles.
Siempre habito en la luz,
aunque a veces me olvide, en la ceguera.
Soy nada,
participo en los mundos de teatro.
Soy nadie,
como los animales enigmáticos.
Siempre habito en la sombra,
más allá de los límites visibles.
Ana Muela Sopeña
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