terça-feira, 28 de fevereiro de 2012


A SOMBRA ME VISITA

*
A sombra me visita em horas baixas,
mas um abecedário de satélites
permite que o meu corpo retorne à agua primordial.

No
solstício
do
inverno
as passarelas da luz
avançam entre séculos
e fazem assomar-me
à vertigem do tempo.
Como pião ébrio faço cambalhotas
pelos corredores das crateras.
A chuva emite
a frequência do amor
na areia do bosque.

Sou sinfonia
de galáxias perdidas
numa cumplicidade da loucura.

Eu beijo a tua alma
enquanto a minha pele
dissolve a luz no ritmo sideral.


Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Tania Alegria


*****

ME VISITA LA SOMBRA

Me visita la sombra en horas bajas,
pero un abecedario de satélites
permite que mi cuerpo retorne al agua primordial.

En
el
solsticio
del
invierno
las pasarelas de la luz
avanzan entre siglos
y me hacen asomarme
al vértigo del tiempo.
Como peonza ebria hago cabriolas
en los pasadizos de los cráteres.
La lluvia emite
la frecuencia de amor
en la arena del bosque.

Soy sinfonía
de galaxias perdidas
en la complicidad de la locura.

Beso tu alma
mientras mi piel diluye
la luz en la belleza sideral.


Ana Muela Sopeña

O TERMÓMETRO MARCA DOIS GRAUS

*
O termómetro marca dois graus,
as ruas te recordam com seu frio
e eu caminho rápido
para que a garoa não me inunde.

Este inverno é muito duro,
estás na minha memória
ainda que ninguém nos veja quase nunca.

Gosto de contemplar a realidade
de uma cidade sem fumo
que boceja na noite
enquanto as pessoas abrem seus guarda-chuvas.

Deambulo por calçadas
e observo sem temor
as vitrinas
das lojas.

Dá no mesmo que haja saldos
já quase ninguém compra.
Uns estão no desemprego
por isso não visitam os centros comerciais,

outros têm trabalho,
mas vão perdê-lo
e puxam pela roupa de outros anos.

O frio é mais intenso
com a crise calando nas entranhas.

Há uns que dominam
o mercado bolsista
de acções e futuros
que querem que as pessoas
se ponham de joelhos
e soltem o que têm a baixo preço.

Mas ninguém se rende.
Então apertam-nos, outra volta da anilha
e ainda mais…

Os recursos existem
em grandes quantidades.
Existe a abundância,
Mas também existem uns Aliens
de genética humana que procuram arruinar-nos como seja.

Mas ninguém se rende
e seguimos em pé até o final…

O termómetro marca dois graus
o frio das praças e parques
nos lacera os ossos e o espírito…

Te
olho
descendo
por avenidas cheias de semáforos
e o teu sorriso cálido faz com que as geadas
pareçam menos frias.


Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Tania Alegria


*****

EL TERMÓMETRO MARCA DOS GRADOS

El termómetro marca dos grados,
las calles te recuerdan con su frío
y yo camino rápido
para que la llovizna no me inunde.

Este invierno es muy duro,
estás en mi memoria
aunque nadie nos vea casi nunca.

Me gusta contemplar la realidad
de una ciudad sin humo
que bosteza en la noche,
mientras la gente abre sus paraguas.

Deambulo por aceras
y observo sin temor
los escaparates
de las tiendas.

Da igual que haya rebajas
ya casi nadie compra.
Unos están en paro,
por eso no visitan los centros comerciales,

otros tienen trabajo,
pero van a perderlo
y tiran con la ropa de otros años.

El frío es más intenso
con la crisis calando en las entrañas.

Hay unos que dominan
el mercado bursátil
de acciones y futuros
que quieren que la gente
se ponga de rodillas
y suelte lo que tiene a bajo precio.

Pero nadie se rinde.
Entonces nos aprietan, otra vuelta de tuerca
y todavía más...

Pero nadie se rinde.

Los recursos existen
en grandes cantidades.
Existe la abundancia,
pero también existen unos Aliens
de genética humana que buscan arruinarnos como sea.

Pero nadie se rinde
y seguimos en pie hasta el final...

El termómetro marca dos grados
el frío de las plazas y los parques
nos lacera los huesos y el espíritu...

Pero nadie se rinde
y estás en mi recuerdo.

Te
miro
descendiendo
por avenidas llenas de semáforos
y tu sonrisa cálida hace que las heladas
parezcan menos frías.


Ana Muela Sopeña

E SORRI

*
Ela sente a cidade
como uma experiência mística.
As ruas e as praças
se transformam em mundos de beleza,
para cavalgar sob a chuva
que inunda a sua ilusão com sonhos nítidos.

Seu cabelo ondula sob o céu
e sorri
aos edifícios da urbe.

Adora sentir a liberdade
em calçadas com gatos.

Contempla as estátuas com geada
e sabe
que no seu interior
habitam corações que sentem em segredo.

E segue caminhando
pela cidade anónima,
em gotas das nuvens…

Adora os sons que provêm
dos mostruários das lojas.
Autocarros repletos
com rostos que comungam com desenhos
de utopias adormecidas.

Divisa manequins com suas vestes
que nunca comprará,
apesar de que isso lhe é indiferente.

Explora o sol nascente em ruas e jardins,
pela cidade deserta.

Sabe que cada dia
é uma aventura
sem limites nem marcas sob a vertigem.

Abre-se às correntes submarinas
que habitam nas pedras das casas
ou nas madeiras dos bancos…

Flui como se fosse já invisível
em microscópicas partículas
que os telhados enigmáticos
conservam sem palavras.

Contagia,
através do seu olhar imperceptível,
a esperança de outro mundo,
para sonhar despida, sem as máscaras,
com relações sem disfarces.

Abandona suas pisadas em grandes avenidas
e contempla os carros,
o tráfego, a música
desta cidade que avança para o nada.

De súbito
observa que há grupos de pessoas
que parecem felizes e contentes.

Pode ser uma miragem
ou talvez seja verdade…

E assume como um pêndulo
a existência de neve,
na perplexidade de abarca o todo
na consciência primitiva
de um universo etéreo e conhecido.

Ela
desce pelas ladeiras
da memória atávica, tão doce,
e deixa com o musgo
e nas ramas das árvores
com suas luzes azuis
as lembranças das tardes na magia.

Eleva-se aos cumes
de lugares que ainda não se definem
na cartografia das suas noites.

E prossegue seu rumo até os vértices
das esferas suaves do azar…


Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Tania Alegria


*****

Y SONRÍE

Ella siente la ciudad
como una experiencia mística.
Las calles y las plazas
se transforman en mundos de belleza,
para cabalgar bajo la lluvia
que inunda su ilusión con sueños nítidos.

Su cabello ondea bajo el cielo
y sonríe
a los edificios de la urbe.

Adora sentir la libertad
en aceras con gatos.

Contempla las estatuas con escarcha
y sabe
que en su interior
habitan corazones que sienten en secreto.

Y sigue caminando
por la ciudad anónima,
en gotas de las nubes...

Adora los sonidos que provienen
de los escaparates de las tiendas.
Autobuses repletos
con rostros que comulgan con dibujos
de utopías dormidas.

Divisa maniquíes con sus prendas
que nunca comprará,
aunque eso le da igual.

Explora el sol naciente en calles y jardines,
por la ciudad desierta.

Sabe que cada día
es una aventura
sin límites ni marcas bajo el vértigo.

Se abre a las corrientes submarinas
que habitan en las piedras de las casas
o en las maderas de los bancos...

Fluye como si fuera ya invisible
en microscópicas partículas
que los tejados enigmáticos
conservan sin palabras.

Contagia,
a través de su mirada imperceptible,
la esperanza de otro mundo,
para soñar desnuda, sin las máscaras,
con relaciones sin disfraces.

Abandona sus huellas en grandes avenidas
y contempla los coches,
el tráfico, la música
de esta ciudad que avanza hacia la nada.

De pronto,
observa cómo hay grupos de personas
que parecen felices y contentas.

Puede que sea un espejismo
o quizás sea cierto...

Y asume como un péndulo
la existencia de nieve,
en la perplejidad que abarca el todo
en la conciencia primitiva
de un universo etéreo y conocido.

Ella
desciende por las rampas
de la memoria atávica, tan dulce,
y deja con el musgo
y en ramas de los árboles
con sus luces azules
los recuerdos de tardes en la magia.

Asciende hacia las cumbres
de lugares que aún no se definen
en la cartografía de sus noches.

Y prosigue su rumbo hacia los vórtices
de las esferas suaves del azar...


Ana Muela Sopeña

DISSOLVIDA NOS ESPELHOS

*
Não sou nada,
somente sou um ritmo, um verbo atávico...
Não sou ninguém,
eu perfuro a visão
com a pele das linhas interiores.
Nunca habito na luz,
para que o sonho venha e não me invada.

Não sou tudo,
mas existo no todo, diluída.
Não sou alguém
meu corpo está vazio nalgum espaço.
Nunca habito na sombra,
para que esses espectros não me encontrem.

Sou tudo,
diluída no espelho do relâmpago.
Sou alguém
ao menos isso dizem meus papéis.
Sempre habito na luz,
apesar de que às vezes, me esqueço na cegueira.

Sou nada,
participo nos mundos de teatro.
Sou ninguém,
como esses animais enigmáticos.
Sempre habito na sombra,
mais além dos limites do visível.


Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Tania Alegria


*****

DISUELTA EN LOS ESPEJOS

No soy nada,
tan sólo soy un ritmo, un verbo atávico...
No soy nadie,
perforo la visión
con la piel de mis líneas interiores.
Nunca habito en la luz,
para que el sueño venga y no me invada.

No soy todo,
pero existo en el todo, diluida.
No soy alguien,
mi cuerpo está vacío en el espacio.
Nunca habito en la sombra,
para que los espectros no me encuentren.

Soy todo,
disuelta en los espejos del relámpago.
Soy alguien,
al menos eso dicen mis papeles.
Siempre habito en la luz,
aunque a veces me olvide, en la ceguera.

Soy nada,
participo en los mundos de teatro.
Soy nadie,
como los animales enigmáticos.
Siempre habito en la sombra,
más allá de los límites visibles.


Ana Muela Sopeña

NOSSAS TARDES DE FUMO

*
Na penumbra resguardo nossas tardes de fumo,
na cidade sonâmbula do sonho, amante da roseira.

Recordo cada nome integrado em calçadas com murmúrios
aquele ar de crisálida, acocorado em grutas que habitar,
do outro lado dos sórdidos subúrbios.

A beleza da lua nas noites silenciosas parecia-nos cálida,
para seguir amando na sombra adormecida.

Os passeios notívagos com nuvens não conhecem o olvido,
e por isso a saudade é como um pássaro que procura as visões
envolvidas na chuva silenciosa com geada e imagens esfumadas.

As praças no seu pânico
oferecem-nos luz submergida em reflexos e aves migratórias.

A urbe é nossa cúmplice do tempo que não conhece a hora exata
apesar dos relógios combativos do universo fecundo.


Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Tania Alegria


*****

NUESTRAS TARDES DE HUMO

En la penumbra guardo nuestras tardes de humo,
por la ciudad sonámbula del sueño, amante de la rosa.

Recuerdo cada nombre integrado en aceras con murmullos
y un aire de crisálida, agazapado en grutas que habitar,
más allá de los sórdidos suburbios.

La belleza de luna en las noches calladas nos resultaba cálida,
para seguir amando en la sombra dormida.

Los paseos noctámbulos con nubes no saben del olvido,
por eso la añoranza es como un pájaro que busca las visiones
envueltas en la lluvia silenciosa con escarcha e imágenes difusas.

Las plazas en su pánico
nos regalan la luz sumergida en reflejos y aves migratorias.

La urbe es nuestra cómplice del tiempo que no conoce la hora exacta
a pesar de los relojes combativos del universo fértil.


Ana Muela Sopeña

MULHER CTÓNICA

*
À Marisa León

Deusas mães em grutas pré-históricas
alimentam teu espírito
da Terra misteriosa e sagrada.

Deméter te concede muitos dons,
frutos e raízes,
em cestas de vime com grinaldas.

Os elfos te permitem compreender
realidades místicas do mundo,
com sílabas sagradas em sua língua.

Mulher ctónica,
tu és quem obsequia,
com forças telúricas,
ao solitário caminhante da noite.

*****

Mães raízes,
sagradas em sua língua,
forças telúricas,
Excelsas deusas ao pernoite.



Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Damião Cavalcanti


*****

MUJER CTÓNICA

A Marisa León

Diosas madres en grutas prehistóricas
alimentan tu espíritu
de la Tierra mistérica y sagrada.

Deméter te concede muchos dones,
los frutos y raíces
en cestillos de mimbre con guirnaldas.

Los elfos te permiten comprender
las realidades místicas del mundo,
con sílabas sagradas en su lengua.

Mujer ctónica,
tú eres la que obsequia,
con las fuerzas telúricas,
al caminante solo de la noche.

*****

Madres raíces,
sagradas en su lengua,
fuerzas telúricas.



Ana Muela Sopeña

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012



MISTÉRIO DA IGUANA

*
Um homem solitário
espera que as ruas,
cúmplices dos relâmpagos,
lhe revelem os segredos da vida.

Ele penetra temeroso
no mistério da iguana,
que invade o silêncio das grutas de gelo.

Avança sem pânico...

pelas rampas da memória
e chega ao lugar,
onde o vento se cruza com a vertigem

e se escutam caramujos,
na história
abandonada pela infâmia.

Devastação e sombra
em dunas de areia, perdidas e imantadas
por doces pássaros de bronze.

Esquecimento do tempo.
Sublimação da experiência.


Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Damião Cavalcanti


*****

MISTERIO DE LA IGUANA

Un hombre solo
espera que las calles,
en la complicidad de los relámpagos,
le revelen los secretos de la vida.

Y se infiltra temeroso
en el misterio de la iguana
que penetra el mutismo de las grutas de hielo.

Avanza sin pánico...

por las rampas de la memoria
y llega al lugar
en el que el viento se cruza con el vértigo

y se escuchan caracolas
en la historia
abandonada por la infamia.

Devastación y sombra
en cúmulos de arena, perdidos e imantados
por dulces pájaros de bronce.

Olvido del tiempo.
Sublimación de la experiencia.


Ana Muela Sopeña

domingo, 26 de fevereiro de 2012



CORPO DE SONHO

*
Navego por um tempo que não existe,
entre sonhos velados
e vivo mundos doces em relógios,
na taquigrafía dos signos
que me levam a vertigem e espaços
do pensamento cheio do mágico.

Respiro no infinito
além de uma nuvem cósmica,
divirto-me em minutos do presente,
recopilo um ontem que me guiava
por caminhos dos deuses criativos.

Viajante na galáxia,
desfruto em escrever...
tão só como um processo em leque
que desprega diante do outro minhas paixões
que habitam em marfim dentro de uma árvore.

Deslizo-me em silêncio
para esferas de luz e de desejo,

enquanto a morte hiberna
no meu corpo de sonho longe de mim .


Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Damião Cavalcanti


*****

CUERPO DE SUEÑO

Navego por un tiempo que no existe,
entre ensueños velados
y vivo mundos dulces en relojes,
en la taquigrafía de los signos
que me llevan por vértigo y espacios
del pensamiento lleno de lo mágico.

Respiro en lo infinito
hacia una nube cósmica,
me recreo en minutos del presente,
recopilo un ayer que me guiaba
por senderos de dioses creativos.

Viajera en la galaxia,
disfruto de escribir...
tan sólo es un proceso en abanico
que despliega ante el otro mis pasiones
que habitan en marfil dentro de un árbol.

Me deslizo en silencio
hacia esferas de luz y de deseo,

mientras la muerte hiberna
en mi cuerpo de sueño en otro hogar...


Ana Muela Sopeña

sábado, 25 de fevereiro de 2012



MUSAS

*
Suas pétalas eram rosas,
enfeitando negros cabelos.
Escondendo suas mãos de meninas,
levavam ramos de pinheiro.
Vestiam-se com flores silvestres,
que entrelaçavam pescoços e cinturas.

Calçavam sandálias de lua
que descobriam seus dedos de musa.
Cantavam poemas vulcânicos
que falavam a natureza dos seus corpos.
Riam as faces da primavera
e seus olhos mostravam sorrisos tristonhos.

Pétalas vermelhas
adornavam loiros cabelos.

Assim eram as moças do meu sonho.

Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Damião Cavalcanti


*****

MUSAS

Tenían pétalos rosas
adornando sus negros cabellos.
Llevaban ramas de pino
escondiendo sus manos de niñas.
Vestían con flores silvestres
entrelazadas por los cuellos y por las cinturas.

Calzaban sandalias de luna
que descubrían sus dedos de musas.
Cantaban poemas volcánicos
que me hablaban de la naturaleza de sus cuerpos.
Reían de la primavera las mejillas
aunque sus ojos mostraban sonrisas gélidas.

Tenían pétalos rojos
adornando sus rubios cabellos.

Así eran las muchachas de mi sueño.


Ana Muela Sopeña

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012




E ALI ESTAVA ELA

*
E ali ela estava,
divinamente humanizada,
num deserto de níveas flores.

Sob os seios, tapete de beijos,
tecido por homens em agonia.
Junto à boca um ricto apático,
repleto de rugas esquivas, ferinas.

Olhei-a devagar,
uma infinidade de coxas,
os olhos lânguidos
de uma figura etérea.

Compreendi seu suplício
e me deixei sujeitar como tantos outros.

Ah! mas, como me agradava
sua voz envolvente,
enredadeira de ópio
e pensamentos...

E ali estava ela,
humanamente divinizada,
com um espelho de folhas de nogueira tenra.


Ana Muela Sopeña
Tradução ao português: Damião Cavalcanti


*****

Y ALLÍ ESTABA ELLA

Y allí estaba ella
divinamente humanizada
en un desierto de flores níveas.

Bajo los senos alfombra de besos
tejida por hombres en agonía.
Junto a la boca un rictus apático
repleto de arrugas esquivas, hirientes.

La miré despacio
infinitud sus muslos,
los ojos lánguidos,
la figura etérea.

Comprendí su suplicio
y me dejé subyugar
como uno de tantos.

Ah! pero cómo gozaba
de su voz envolvente;
enredadera de opio
y pensamientos.

Y allí estaba ella
humanamente divinizada
con un espejo de hojas de nogal tierno.


Ana Muela Sopeña